segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Antes que o ano se inicie

Motivado pelas sábias palavras de grande amigo, resolvio voltar a postar alguma coisa por aqui, antes que crie teia de aranha.... Uma coisa me chamou a atenção, muito antes do início do ano programado para esta semana pós carnaval.
Dois eventos, ocorridos em empresas jornalísticas diferentes, dão o tom de como já está a cobertura política nas rádios . O caso mais grave, foi do profissional que foi "cobrado" pela direção da empresa, por ter feito uma matéria com figuras da política paulista, "ouvindo os dois lados".
Sim você não leu errado. O chefe cobrou do subordinado por que é que ele havia ouvido a a outra parte envolvida na discussão do tema. Os mais desavisados aqui podem até pensar que se trata de uma nova linha de abordagem jornalística, onde o contexto é privilegiado em lugar da racionalidade maniqueísta do jornalismo que exercemos . Não, não é nada disto.
O chefe ficou puto por que a assessoria de imprensa de uma das partes ouvidas ( e que segundo o chefe deveria ter sido a única) ligou em nome do cacique político cobrando explicações sobre os motivos que levaram o repórter a ser ousado a ao ponto de desejar saber o que a outra parte citada na reportagem achava sobre o assunto.
Você pode ter lido rapidamente este post e não ter prestado atenção a um outro detalhe: " a assessoria ...ligou cobrando " Pois é. Não é de hoje que as assessorias políticas fazem um serviço de patrulhamento das rádios, baseadas em relatórios que são fornecidos pelo pessoal da "escuta "
O segundo caso seria pitoresco se não fosse trágico. Um grupo de profissionais de outra emissora jornalística não entendeu nada quando foram surpreendidos com um "abono" em seus pagamentos. A dúvida foi rapidamente sanada, após o departamento comercial informar a cada um, reservadamente, que se tratava de um " reconhecimento" por conta da enorme quantidade de "produtos" que haviam sido criados para a municipalidade e veiculados nos programas jornalísticos da casa. A galera ainda ouviu que " não havia mais por onde entrar dinheiro público na emissora"
Um esclarecimento: não se trata de uma emissora de cidade localizada nas áreas remotas do país, onde os "painhos" controlam tudo . Trata-se da cidade de São Paulo